Na segunda metade do ano passado (2022) foi publicado um trabalho de Conclusão de Curso, de Bacharel em Agronomia do Campus de Sinop da Universidade Federal do Mato Grosso, (graduação em Agronomia) do Agrónomo Felipe Perazoli, com orientação da professora Doutora Solenir Ruffato, pesquisadora em Pós colheita no Mato Grosso. É abordado a realidade da armazenagem das principais culturas para a economia do país.
Na publicação, quando se refere ao panorama do país, Perazoli diz “A produção de grãos no Brasil está em constante desenvolvimento, batendo recordes a cada safra, sendo necessário apoio de infraestrutura de pós-colheita para um efetivo sistema de produção. No Brasil encontram-se instaladas 16.889 unidades, destas 71,6% são do tipo granel e 28,4% convencional. As unidades armazenadoras a granel possuem números superiores em relação as unidades convencionais em todas as regiões do Brasil, principalmente nas regiões do Centro Oeste e Sul. Essa diferença acontece devido a facilidade de carregamento e descarregamento da armazenagem a granel e por não ser necessário uso de sacarias ou bags como é o caso das unidades convencionais, que normalmente são destinadas a armazenagem de sementes e grãos especiais, como o café. Nota-se também que a distribuição das estruturas de armazenamento ocorre de maneira desigual entre as regiões do Brasil, o que contribui para o aumento do déficit de armazenagem. A situação torna-se ainda mais crítica ao reconhecer a recomendação da FAO de que a capacidade estática (CE) de armazenamento de grãos deve ser superior a 20% da produção do país (GALLARDO et al., 2001). Em relação as unidades a granel, o Brasil possui capacidade estática em torno de 177,34 milhões de toneladas. O déficit de capacidade estática em relação a produção resulta em perdas qualitativas e quantitativas dos grãos, maiores custos com o frete, entupimento das vias de escoamento, menor lucratividade ao produtor, além de diversos outros fatores negativos para a agricultura como um todo. É possível identificar as regiões do Brasil em situação mais crítica por falta de armazenagem, sendo o Centro-Oeste a região em condição menos favorável. Para Gallardo et al. (2001), o déficit de CE no Brasil é recorrente nas últimas décadas, tornando-se um alerta vermelho, pois a produção brasileira de grãos vem evoluindo de forma exponencial, gerando assim um cenário negativo, sendo indiscutível mais investimentos no setor de armazenagem.
Todas as regiões do Brasil apresentam capacidade estática menor que a produção, exceto a região Sul, com sua capacidade estática maior que a produção de grãos, conseguindo suprir sua demanda. Isto só foi detectado neste ano, já que a região vinha apresentando déficit conforme informado por dados da CONAB (2021), possuía um déficit de aproximadamente 11% de CE no ano de 2017, déficit este que foi reduzindo até o atual momento (2022) em que a região Sul possui um superavit de 3%. Esta inversão entre a quantidade de capacidade e produção de grãos é em virtude da quebra de safra devido as estiagens nas últimas safras ocasionadas pelo fenômeno La Niña. A falta de chuvas na região sul do país provocou a quebra de safra de várias culturas. A colheita de milho no verão começou na Região Sul do Brasil e os produtores calculam os prejuízos provocados pela longa estiagem. Estimativas apontam que deve haver uma quebra de safra de 50% no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Com isso, o déficit regional deve alcançar um volume de 9,3 milhões de toneladas (CANAL AGRO, 2022). Independente da situação atual ser favorável a armazenagem, o déficit registrado para a região Sul sempre foi menor que nas demais regiões, a exceção do Sudeste que vinha apresentado superávit e agora registrando maior produção que CE. Na maioria das regiões o déficit de armazenagem representa mais da metade da produção de grãos, podendo inferir que esta situação configura como um dos principais gargalos do setor produtivo agrícola no país.
O Brasil possui média geral de déficit de 35%, enquanto que nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam maior déficit, com números acima de 50%. As quais possuem mesorregiões com fronteiras agrícolas, o que pode vir a ser agravado nas próximas safras se mantido os bons números de produtividade. Para Gallardo et al. (2001), com espaço para armazenar obtém-se vantagem de realizar a venda do produto com preços mais elevados, além de reduzir o congestionamento nos portos e o custo de frete. Contudo, há altos investimentos se referindo aos aspectos produtivos de grãos, o que não é identificado na mesma proporção em infraestrutura de armazenagem, ocasionando de forma direta perdas qualitativas e quantitativas dos grãos nas safras. O estado de Mato Grosso destaca-se como o maior produtor de grãos atingindo 85,4 milhões de toneladas pelas estimativas da safra 2021/22, e o que possui maior capacidade de armazenamento, 39,2 milhões de toneladas, ou seja, 22,10% da CE nacional. Entretanto, não consegue suprir sua própria demanda, possuindo um déficit maior que 50%.
Devido ao déficit de capacidade estática o produtor se vê obrigado a vender o produto a preços mais baixos, sem força de competição, diminuindo assim a sua lucratividade na safra. Além disso, o escoamento dos grãos para os portos fica ainda mais difícil, pois as filas de caminhões aumentam e os grãos ficam armazenados em suas carrocerias por dias, enfrentando alterações de temperaturas, o que leva a deterioração e perda de qualidade física e química, parâmetro indispensável na comercialização. Para acompanhar o armazenamento de toda a produção de grãos necessita-se de unidades armazenadoras em quantidades consideráveis e localizadas próximas a unidade de produção”.
A partir desta análise do autor, fica claro que o silo bolsa é a ferramenta a usar para conseguir melhorar a logística de colheita e principalmente o lucro do produtor. Considerando a recomendação da FAO que a CE deve ser 20% superior à produção, hoje Brasil deveria ter uma CE de 325,53 milhões de toneladas e atinge pouco mais da metade (177,34 Milhões de ton) gerando um déficit de 148,19 milhões de ton. Isto resulta em um mercado potencial para silo bolsas um pouco menor a 750 mil unidades perante um mercado atual de 130 mil, 17,3% do potencial total.
Em conversa com Rosemeire Branco, gestora da área de Silo-bolsa na Silox, empresa do Grupo Nortène, nos disse que o trabalho da Silox é chegar aos produtores, armazenadores, industrias e outros atores envolvidos neste meio, para que conseguíssemos evitar perder quantidade e qualidade da produção de grãos secos e úmidos. A Silox está fortalecendo o agronegócio, pois investe em desenvolvimento de soluções para o mercado, como foi no caso do Silo bolsa, que é um sistema de armazenamento muito eficiente, que possibilita a redução de custos e, consequentemente, aumenta o lucro do produtor, pois dentre os demais sistemas de armazenagem o custo-benefício do Silo bolsa Silox é muito maior, pois o produtor pode obter alta capacidade de armazenamento com um menor valor de investimento e com um sistema muito flexível em sua alocação, pois permite que o produtor separe sua produção por datas de colheita, produtos e etc.
Em 2022 a Silox vendeu 30 mil bolsas para o mercado interno e 20mil no mercado externo, totalizando 50 mil bolsas no ano. E, em 2023, com a capacidade de produção aumentada, a expectativa é que vendam 100mil bolsas e aumentar as vendas de Silox para o mundo, já estando presente nos países Russia, Ucrania, Paraguai, Turquia, Uruguai, Argentina, Bolívia, Chile, Canada e Colombia.
Em caso de dúvidas, interesse contacte a Rose: +55 11 99103-8410 | Rosemeire.branco@gruponortene.com.br
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