A Silo bolsa, como tecnologia de armazenamento, já é uma realidade crescente e tende a ter mais importância no mercado de armazenamento de grãos no Brasil.
Já são vistas ao longo das principais estradas das regiões produtoras de grãos (soja e milho), nos quintais dos armazéns. É principalmente usada nas áreas onde tem alta produtividade de grãos.
A segunda safra expôs mais uma vez a crise de armazenamento pela qual a Agricultura Brasileira está imersa, onde os tonéis não suportam a quantidade de grãos que foi colhido, ficando expostos ao sol e assim ocasionando a perda de todo material.
Com o sucesso da tecnologia e do atraente agronegócio brasileiro, aumentaram os fornecedores de máquinas, serviços que envolvem a silo bolsa e até novos fabricantes.
Isso agrada aos usuários, pois aumenta a oferta e tem a possibilidade de escolha do mais conveniente para suas necessidades, mas é importante ressaltar que surgem fornecedores sem muito conhecimento e que podem, eventualmente, jogar contra os interesses dos usuários e, indiretamente, da tecnologia. Por isso, é importante ter informação sobre o processo da qualidade dos silos.
Quando os produtores, armazéns ou industrias analisam a tecnologia, olham para os silos simplesmente como “um tubo de polietileno que contem seus grãos”, mas a qualidade do que está dentro desses “tubos” depende de aditivos que não se vê a olho nu e só conseguimos perceber ao longo do tempo, durante o processo de armazenagem, pois o importante é que o grão que está dentro do silo bolsa fique com a mesma qualidade do dia em que foi armazenado.
Manter as propriedades do polietileno não é algo simples de alcançar, pois uma vez armazenado o grão é exposto a intempere, mudanças de temperatura, chuva, poeira e, mais importante, luz solar e toda a radiação que gera.
Para manter as propriedades mecânicas durante todo esse processo e nessas condições, o silo bolsa deve ser fabricado com polímeros da mais alta qualidade e conter aditivos tão eficientes que permitam alcançar o objetivo desejado.
Como muitos já sabem, os silos bolsas são elementos feitos de três ou cinco camadas de polietileno, onde o interno é preto, para evitar a passagem da luz, para que oxidações e outras degradações fotogénicas não ocorram; a camada externa é branca para permitir que os raios de luz que a afetam diretamente, sejam refletidos, especialmente a faixa infravermelha e evitem que o conteúdo aumente sua temperatura. A camada interna pode fortalecer algumas características, além de dar força mecânica ao silo.
Entre as características que uma camada de polietileno deve ter é resistir à ação de raios ultravioletas que os afetam diretamente. Uma vez feito isso, é responsável pela “vida útil” do silo. Os raios ultravioletas são o inimigo número um do polietileno e é comum ver no campo as lonas pretas que são usadas para cobrir fertilizantes, calcário e outros produtos, logo após serem expostas ao sol endurecem, tornam-se rígidas e são facilmente quebráveis. Esse processo, que normalmente é visualizado após 30 ou 40 dias, deve-se ao fato de que esses polietilenos não possuem qualquer proteção contra raios ultravioletas. Os silos bolsas devem ter um “protetor solar”, pois esse “protetor” impede que se criem micro fissuras na superfície e que acabem com a hermeticidade relativa que o silo deve garantir para não haver troca de ar do interior com exterior, além de manter a força mecânica para assegurar o grão dentro.
Quando o silo é feito, ele é dobrado no túnel da embolsadora, portanto ele tem que ter outro aditivo que permite que o silo deslize, sem produzir aderências ou tensões superficiais. Assim, podemos listar muitas outras propriedades que o silo tem ou poderia ter (e não tem por causa dos custos). Todo esse conjunto de aditivos são o que determinam o que conhecemos como qualidade de silo.
Mas não fica por aí, a ideia criada de que a espessura é o indicador da qualidade de um silo, pode ser um erro grave. Sempre ouvimos que os silos são 250 micras ou 220 micras e como vemos essa característica é apenas um adicional, é uma característica que tem mais a ver com a resistência mecânica para suportar o grão, mas não para preservar sua qualidade. Por exemplo nos EUA e Canadá, onde o principal uso de silobag é a conservação de forragem, não grãos, a espessura dos silos, na maioria das vezes, não excedem 200 micras e isso porque a forrageira exerce muito menos pressão sobre o silo bolsg durante o período de armazenagem, o polietileno sofre muito menos pressão. Quando o armazenamento é realizado em silos de diâmetro menor, silos de 5 ou 6 pés (diâmetros de 1,5 ou 1,8 metros) as espessuras são, entre 130 e 160 micras, porque sendo menor a carga, é menor a resistência mecânica que necessita o silo, mas não por isso é menos hermético. Tudo isso tenta explicar que a espessura do silo não determina sua eficiência para armazenar grãos e manter sua qualidade, mas na resistência mecânica que permite suportar mais esforços e, portanto, ter mais capacidade.
A outra característica importante que determina a qualidade de um silo, poderíamos dizer que a principal, é a uniformidade de sua espessura. Imagine uma placa totalmente uniforme, nele todos os pontos na sua superfície têm a mesma espessura, então terão a mesma resistência ao estiramento. Quando se fala de um silo de 220 micras, não significa que todos os pontos da superfície tenham a mesma espessura, mas que é a espessura média é 220 micras, portanto tem pontos com mais espessura e outros com menos. Podemos ter pontos com 200 micras e pontos com 240 micras dentro do mesmo silo, tendo um silo que a média é de 220 micras, mas na realidade esse silo se comportará como um silo de 200 micras, porque a força do grão se aplica em quase toda a superfície e o ponto mais fraco será o local onde poderá começar o estouro. A uniformidade é o menor desvio desse valor médio, é o que se busca, pois em última análise, no exemplo, se há um ponto que tem uma espessura 10% menor que a média, a resistência mecânica será dada por esse ponto mais fino, de menor espessura, pois esse ponto é o mais frágil de toda a superfície do silo.
Resumindo, hoje um silo de soja armazena mais de quinhentos mil reais, segundo o valor em Paranaguá. Cuidar da qualidade do armazenamento que protege todo esse “tesouro” é bem mais importante que qualquer outro item. Nossa maior atenção deve estar colocada na REAL QUALIDADE do silo que protege o fruto do trabalho e do investimento do ano todo. Bons conselhos, boas informações e boa comunicação faz parte da equipe Silox do grupo Nortène.